Síndrome dos Ovários Policísticos: entenda a condição que ‘desestabilizou’ atriz brasileira

Larissa Manoela. Foto: Instagram
Larissa Manoela. Foto: Instagram @larissamanoela

Em suas redes sociais, a atriz brasileira Larissa Manoela divulgou ter sido diagnosticada com Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) — condição que acomete cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva, segundo estudos. A artista também revelou sofrer com endometriose.

“Não é fácil ser mulher. O diagnóstico positivo assusta e confesso dar uma desestabilizada”, escreveu Larissa Manoela em seu Twitter. E apesar de ser comum, a condição ainda é desconhecida por muitas mulheres, que podem sofrer com seus sintomas sem saber do que se trata.

O que é a Síndrome dos Ovários Policísticos?

O que é a Síndrome dos Ovários Policísticos?
O que é a Síndrome dos Ovários Policísticos?. Foto: Ela Saúde

A Síndrome dos Ovários Policísticos é uma alteração hormonal frequente em mulheres durante o período reprodutivo — que vai da primeira menstruação a menopausa.

A SOP é uma doença multifatorial, sem causa única. “Sabe-se que ela pode estar relacionada a muitos fatores diferentes, que incluem resistência à insulina e aumento dos níveis de hormônios androgênicos”, relata Paulo Noronha, médico obstetra e sócio da Clínica Espaço Mãe, em São Paulo.

Segundo Cristina Laguna Benetti Pinto, presidente da Comissão Nacional Especializada em Ginecologia Endócrina da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), os sintomas de SOP incluem três sinais clássicos:

  • Irregularidade menstrual, que se manifesta como ciclos menstruais longos ou grandes períodos sem menstruar;
  • Acne severa e hirsutismo (excesso de pelos no rosto, peito, abdômen e/ou coxas) — ambos diagnosticados clinicamente — ou alteração nos hormônios androgênicos — diagnosticada laboratorialmente;
  • Ovários aumentados de tamanho com vários pequenos cistos, semelhantes a um “colar de pérolas”.

Além disso, os especialistas citam, como outras manifestações costumeiras da condição, dificuldade para engravidar, obesidade, risco de diabetes e doenças cardiovasculares, aumento do colesterol, alterações no sono e pele oleosa ou manchas escurecidas na pele.

Diagnóstico

Uma mulher deve ter ao menos dois dos três principais sintomas de SOP para ser diagnosticada com a condição. “Não basta ter um ultrassom mostrando o ovário grande com ‘cistinhos’ pequenos para falar que é SOP”, alerta Cristina, reiterando a importância de um diagnóstico preciso.

Nesse sentido, é preciso eliminar, ainda, outras possíveis causas de irregularidade menstrual que não a SOP. Dentre elas, a especialista cita que devem ser excluídas as alterações em glândulas adrenais, na tireoide e em níveis de prolactina (hormônio relacionado à amamentação) no organismo.

Tratamento

Por se tratar de uma condição que não tem cura, o tratamento da SOP está relacionado às suas manifestações incômodas e prejudiciais à saúde.

Uma das formas de tratamento é a utilização de pílulas anticoncepcionais combinadas, que ajudam no controle do ciclo menstrual irregular e podem reduzir a acne e o hirsutismo. Para mulheres que desejam engravidar, entretanto, Cristina destaca que podem ser feitos tratamentos para induzir a ovulação. Quanto ao controle das demais manifestações, cabe a um médico determinar outros tratamentos e medicamentos que possam suprir a ausência da pílula.

De acordo com Paulo, exercícios físicos e uma alimentação balanceada são essenciais para pacientes com SOP, a fim de diminuir os riscos de obesidade e ajudar o organismo a responder melhor à insulina. Dessa forma, melhora-se a ovulação — bem como a fertilidade — e os níveis de hormônios androgênicos são reduzidos.

Além disso, os especialistas relatam que medicamentos para alguns tipos de diabetes, que ajudam a controlar a resistência à insulina, podem ser usados no tratamento.

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Síndrome dos Ovários Policísticos e endometriose: quando as duas condições coexistem

Assim como acontece com Larissa Manoela, é possível que uma pessoa sofra de SOP e endometriose ao mesmo tempo. Nesses casos, Cristina relata que o tratamento é feito com base nas manifestações das duas doenças. “Dependendo do grau e da gravidade da endometriose, por vezes, temos que usar algumas medicações que não as de primeira linha da SOP. Isso é escolhido individualmente”, explica.

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No entanto, a especialista ressalta que ambas as condições não possuem cura e devem ser tratadas até, pelo menos, a chegada da menopausa, à medida que manifestações surgem.

Para a ginecologista, é importante destacar que as duas condições requerem um diagnóstico preciso e o acompanhamento deve ser personalizado ao longo de toda a vida. “Os tratamentos devem ser individualizados, de acordo com as manifestações e com o desejo, por exemplo, reprodutivo ou não reprodutivo, que cada mulher possa apresentar”, finaliza.

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